segunda-feira, 12 de novembro de 2007

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Matéria - http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL176749-5602,00-REI+DA+ESPANHA+BATE+BOCA+COM+CHAVEZ+E+ABANDONA+PLENARIO+DE+CUPULA.html

Rei da Espanha bate boca com Chávez e abandona plenário de cúpula
A – FORÇAS

N = f (Fp.Fso.Fseo.Fi.Fc.Fh.Fmf.Fdt.Fh)
Força pessoal (Fp) – Essa força é muito forte nesta matéria. Trata-se de pessoas muito conhecidas e importantes dentro do cenário político mundial. É uma força das mais relevantes com certeza, se não é a mais presente.

Força social (Fso) e Força extraorganizacional (Fseo) – A notícia é de relevância enorme para população e para as organizações, uma vez que devemos sempre estar a par das relações políticas que acontecem no mundo, para podermos analisar as atitudes que o nosso presidente toma diante dos fatos. Não adianta saber o que acontece apenas no Brasil, mas sim no mundo.

Força ideológica (Fi) – A ideologia aparece pelas posições partidárias dos envolvidos na noticia. Chávez com seu esquerdismo extremo chamando Aznar de fascista. A citação da matéria revela bem a ideologia. “Pode-se estar nos extremos opostos de uma posição ideológica, e não serei eu quem estará perto das idéias de Aznar. Mas ele foi eleito pelos espanhóis e exijo esse respeito", disse Zapatero, enquanto Chávez tentava interrompê-lo defendendo seu direito de opinar livremente.

Força cultural (Fc) – Está muito próxima da força ideológica, mas a noticia mostra a força cultural quando é noticiada em diversos países que não estavam envolvidos, englobando no caso, o Brasil, abrindo espaço para conhecermos a cultura desses membros de paises opostos.

Força histórica (Fh) – Chávez é rei em fazer coisas que até então nunca tínhamos visto, ele tem grande força histórica. A noticia apresenta força histórica muito mais pela figura de Chávez, pelas suas atitudes para alguns ditatoriais, para outros ousadas, porém democráticas. Mas no momento que a noticia relembra a tentativa de golpe em Chávez em 2002, acaba trazendo um pouco da história para nós.

Força do meio físico (Fmf) – como a noticia foi veiculada pela internet, devo analisar como a força do meio virtual está presente. Ela aparece com um titulo e uma linha de apoio que chama muito atenção. A fotografia com os envolvidos na noticia conversando felizes, e que depois discutiram, é bem interessante. A noticia também está bem distribuída e com bastante links que fazem relação a Chávez. A influência de ser noticiada pela web é muito boa, pois está de uma forma bem enxuta, direta, e se víssemos por outro meio talvez fosse mais cansativo.

Força dos dispositivos tecnológicos (Fdt)- A noticia foi espalhada de forma rápida. Diversos sites já publicaram a informação, pena que a maioria não passa de meras cópias. No jornal televisivo a noticia ainda não passou, pois faz pouco que foi noticiada pela web e no impresso só amanhã. E aí está a força do meio midiático, os internautas já sabem as informações antes de qualquer outro meio.



Análise do discurso jornalístico
Função testemunhal – A função é dada pela visão de mais de uma testemunha, pois nada está colocado em 1º pessoa. E isso prova que o jornalista não está usando a impessoalidade, está cumprindo seu dever de construtor da realidade. A notícia dá a entender que foi checada por mais uma fonte, sendo ótimo para responsabilidade do jornalismo de criar verdades.


Confirmação da aliança social e vigilância- A aliança social do jornalismo com a população nesta noticia parece ter sido boa, sob o ponto de vista técnico de jornalismo. Está direta, com fontes, comentários dos internautas, mostrando um bom retorno da confiabilidade imposta nos jornalistas.

Desenho do espaço social – sabemos que a forma como as noticias são colocadas na mídia, é como as pessoas desenham o espaço social do mundo. Sendo assim, a figura de Chávez é vista apenas como um grande ditador, que fecha tvs, que é o magnata do petróleo, que as pessoas passam lutando contra essa figura “horrenta”. Essa é a imagem que a mídia brasileira mostra, mas devemos nos questionar, se realmente é assim? Não só sobre esse fato, mas todos os fatos. Na mídia existem interesses ideológicos, financeiros, políticos que estão por detrás das noticias. E esse é o grande discurso jornalístico, ver que as notícias não são como parecem ser, checar a fundo as informações. E foi o que fiz em relação a Chávez, sendo que este é o meu tema de TCC, não é uma defesa a essa figura, já que comete erros imperdoáveis, mas é provar uma manipulação da mídia. Tive contato a jornais venezuelanos através do Mercosul, e pude ver que existem muitas pessoas que apóiam Chávez, e que ele toma também atitudes louváveis, como passar a carga de trabalho para 6 horas em vez de 8, e que essa nova reforma constitucional irá passar por uma votação popular, nada mais democrático. Quer dizer, ele realmente toma atitudes horríveis, mas não é da forma que a mídia mostra.



Fait Divers

Sim. A noticia dada como exemplo passa para a sociedade uma sensação tensa, de provocação e também ao meu ver de ironia por parte do site, que colocou a colocação de Chavez a dizer que Aznar era “fascista”. Essas aspas fariam sentido se quando se referissem a Chávez como o Ditador, elas também viessem entre aspas. Afinal isso não é uma acusação pessoal do jornal, mas sim de uma terceira pessoa, assim espero.

Causalidade- A causa da notícia está no próprio fato, ou seja, o fato original virou notícia, por causa do discurso de Chávez que fez duras acusações ao ex presidente da espanha, José Maria Aznar e que o Rei espanhol, Juan Carlos irritou-se e abandonou o plenário.

Causa esperada- É uma causa esperada, pois todos sabem que Chávez é bastante polêmico em seus discursos. E pode ser também uma causa perturbadora, pois o leitor fica se perguntando, mas afinal quem foi culpado? Chávez por ter feito duras críticas a um ex presidente do país, ou o rei espanhol que não deixou um “visitante” se expressar livremente?

D) - Newsmaking e gatekeeping

Sempre tenho a impressão de que a internet é o meio mais democrático, pois afinal mesmo que os sites de noticias coloquem as mesmas já noticiadas em outros meios, existem blogs e outras ferramentas que acabam vazando as informações reais, e com isso ficamos sabendo dos grandes furos do meio jornalístico. Assim, a função de gatekeeper cai por terra, pois o seu poder de decidir o que vai para a mídia e o que não vai acaba ficando nula. Claro que muitos dessas novas mídias também falam muito mentira, e acaba ficando mais difícil de saber em quem acreditar.
Mas como estamos falando de um site da globo, a noticia deve sim ter passado por um ou mais gatekeepers, que acharam mais interessante frisar bem o “Fascista”, causando mais impacto nas acusações de Chávez. Não cabe a mim julgar se é correto ou não, afinal sei muito pouco dessa informação, mas o gatekeeper está cumprindo seu papel, e claro que sempre entra a subjetividade pessoal. Porém a teoria do Newsmaking também se torna presente, o valor – noticia, ou seja, as noticias acabaram sendo noticiadas da mesma forma, muita cópia e pouco aprofundamento no caso, tudo igualzinho.


Teorias do jornalismo e aplicação para o JOL

Acho fundamental discutir a Teoria do Gatekeeper, da Agenda Setting e consequentemente do discurso jornalístico, pois todas fazem relação direta. A teoria do Gatekeeper mostra à pessoa que tem o poder de decidir se deixa passar a informação ou se bloqueia, junto a ela está a agenda setting que é a forma que a mídia agenda a sociedade, e junto a ela toda a responsabilidade que a população coloca nas costas do jornalista. É aquela velha máxima: “Se o jornal não noticiou, eu não considero verdade”. A população acha que tudo que sai nos jornais é o correto, e tem a péssima mania de ler apenas uma fonte, atribuindo aos seus pensamentos os pensamentos do jornal, ou seja, a pessoa acaba se alienando. E aí entra o discurso jornalístico, que é a ideologia por detrás das palavras. Um jornal sempre tem sua linha editorial, e sempre vai acabar atribuindo suas informações a suas crenças. Quando um jornal diz algo, devemos ver o que tem por trás daquelas palavras, o que tem por trás daquele repúdio a determinada pessoa. E claro, sempre ter a noção que objetividade é um mito, porém para o máximo de pluralismo sempre devemos tentar alcançá-la, e devemos saber que todas as notícias mesmo que o jornalista não queira, atribui sua subjetividade.
E isso obviamente se atribui também ao jornalismo on line, porém como já disse, considero esse meio o mais democrático, pois ainda não se tem definido quem é o gatekeeper do JOL, ou seja, ainda não se tem uma pessoa que bloqueie tal informação. Pode bloquear do seu site, do que tem acesso, mas na internet as informações circulam muito rápido e é difícil não se ter acesso a alguma informação. E considero isso ótimo para a democracia do Brasil.

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